Crescer

Um dia acordo e apercebo-me que já não sou mais aquela menina que montava casinhas de brincar em cima dos livros da irmã ou que fazia roupas para as bonecas de velhos trapos cosidos com linha de pregar botões. Não sei se a culpa é do vento ou do tempo, mas a verdade é que a idade da inocência já se vai e chega a idade das escolhas e das responsabilidades. Tanta coisa que gostava e quero fazer, tantos planos, terei eu mãos para todos eles? Talvez uns fiquem pelo caminho, mas eu vou lutar por eles...

O problema reside no facto de eu ainda não saber quais são esses planos! Que tumulto que se gera dentro do meu ser com o germinar de tantas indecisões e tão poucas certezas! Como detesto não ter certezas. Como é que o indefinido pode ser atractivamente assustador?! Medo? Sim, talvez, e porque não? Não tenho medo de dizer que tenho medo: medo de crescer!

foto de Ivaldo Cavalcante