Uma estória é uma narrativa de ficção baseada em factos puramente imaginários.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Portas da percepção

foto de Esther
Dezembro... Um frio descomunal, minhas mãos estão roxas de tão geladas que estão. Fecha-se um ciclo para outro se iniciar. O infinito. Sim, porque quando não se sabe onde está o fim só se conhece o infinito, mesmo que seja uma última porta à nossa frente. Cada porta que se abre traz um mundo desconhecido sequioso por ser descoberto. Às vezes gostamos do que vemos, outras não; às vezes somos surpreendidos, outras apenas conhecemos o gosto amarga que tem a desilusão. Mas isso é que é viver e assim como só conhecemos o frio porque conhecemos o calor, só conseguimos ser surpreendidos e sorrir porque sabemos o que é a tristeza e a desilusão. Tenho pensado se tudo na vida que experimentamos só o conseguimos definir porque conhecemos o seu oposto, o seu antónimo. Será que só há escuridão, porque há luz? Que só há amor porque há ódio? Que só há frio porque há calor? Que se conhece as saudades porque se está perto daquilo ou de quem se poderá ter saudades, mas também já se esteve longe?... Que só há morte, porque há vida?